Golpe: documentos revelam métodos de sabotadores em ataques contra torres de energia

No total, entre os primeiros ataques, no dia 8 de janeiro e o dia 31, foram 24 torres avariadas em 14 diferentes locais

Da Agência Sportlight

Eram 21h30 quando uma torre de energia tombou em Cujubim, Rondônia. O segundo ataque veio logo depois.

Brasília ainda ardia sob a fúria dos atos golpistas que atacaram Palácio do Planalto, Congresso e Supremo Tribunal Federal quando, 0h13 em ponto, exatas duas horas e quarenta e três minutos depois da primeira, desabou a segunda torre em Medianeira, Paraná. 0h40, num espaço de três horas e dez minutos entre as três, foi ao chão a terceira. Em Rolim de Moura, também Rondônia, a cerca de 380 quilômetros de Cujubim.

O documento da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) que relata os acontecimentos dos ataques as linhas de transmissão de energia do Brasil em janeiro de 2023, obtido pela reportagem através da Lei de Acesso à Informação, é definitivo:

“Sabotagem. Atuação ou tentativa criminosa”. Define como “ações criminosas”. E completa: “não foram registradas condições climáticas adversas que possam ter causado queda das torres”.

No total, entre os primeiros ataques, no dia 8 de janeiro e o dia 31, foram 24 torres avariadas em 14 diferentes locais, espalhados por seis estados: Rondônia (4 locais), Paraná (4), São Paulo (3), Mato Grosso (1), Piaui (1) e Pará (1). Quatro foram ao chão, sendo que 3 em Rondônia e uma no Paraná. As três atacadas em 8 de janeiro ao longo da noite e madrugada, (duas em Rondônia e uma no Paraná) foram ao chão. O laudo de todas define como  sabotagem.

Em todos os casos, ocorreu a repetição sistemática de um conjunto de ações: todos os parafusos da base das torres foram retirados, “ficando a torre sem sustentação, possibilitando a queda”. Além dos parafusos, foram cortados também os cabos de sustentação.

Em resumo: existiu um modus operandi. Um método repetido que uniu todas as ações. Mais do que isso: uma organização, planejamento e pessoas com treinamento para tal operação realizada de forma sistematizada.

“É preciso não perder de vista jamais que o caso das torres derrubadas começam no mesmo dia, quase simultaneamente, exatamente horas depois do início dos eventos golpistas de Brasília, ao anoitecer. O que pode ser entendido como parte de um mesmo plano. Dentro desse plano, Brasília já estaria tomada pelos golpistas no executivo, judiciário e legislativo, e problemas em série com a rede de energia trariam de vez o caos ao país. Restaria a decretação da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e o poder transferido para o exército. E o governo estaria entregue. Hoje sabemos que esse era o plano”, resume um servidor envolvido na apuração dos episódios do 8 de janeiro e que pediu para não se identificar.

O histórico anual de ocorrências em torres de energia também afasta a hipótese do acaso. De acordo com a ANEEL, o ano de 2023 representa um recorde. Mais especificamente janeiro de 2023, mês em que as ações se concentraram. Para se ter uma ideia através de termos comparativos, 2019 inteiro fechou com dois registros de vandalismo em torres. Menos do que o 8 de janeiro de 2023.

Esquecido no noticiário sobre a tentativa de golpe de 8 de janeiro, jamais citado como objeto da investigação em curso sobre , sem nenhuma prisão ou operação específica, o episódio dos ataques às torres de energia foram e requerem, no entanto, tanta complexidade ou mais, logística, verbas e expertise do que os próprios eventos de 8 de janeiro ocorridos em Brasília.

Coisa de especialista.

Em relação aos episódios de Brasília, as investigações caminham para uma direção. Em relação aos ataques contra as torres, os caminhos e os relatórios da ANEEL mostram também alto grau de profissionalismo.

OS KIDS PRETOS EM AÇÃO

Em junho de 2022, o repórter Allan de Abreu publicou a reportagem “Os Kids Pretos – O papel da elite de combate do Exército nas maquinações golpistas”, na revista Piaui, onde, pela primeira vez, era citada a participação efetiva de militares da forças especiais, os chamados “kids pretos”, na tentativa de golpe de 8 de janeiro. Na ocasião, a reportagem mostrou que o nível de organização das ações na capital demandava profissionais capacitados.

E os profissionais no exército capacitados para tal, treinados em operações especiais, eram os kids pretos, círculo de oficiais que formavam o ciclo mais próximo a Jair Bolsonaro. Os kids pretos são treinados em ações de sabotagem e incentivo à insurgência popular, as chamadas “operações de guerra irregular”.

As fotos abaixo, todas constantes do relatório da Aneel sobre os ataques, mostram as distintas sabotagens, como retiradas de parafusos estratégicos na base, corte de cabos também da base e retirada de hastes de sustentação. Desde o início das investigações sobre os atos golpistas, duas operações especificamente voltadas para a participação e organização dos kids pretos já foram realizadas pela Polícia Federal.

Em 29 de setembro de 2023, a PF realizou mais uma etapa, a 18ª, da “Operação Lesa Pátria”, nome da investigação que apura financiadores, participantes e organizadores dos atos golpistas. A operação foi voltada especificamente para cumprir um mandado de busca e apreensão contra o general da reserva Ridauto Lucio Fernandes, um “kids preto”, que chegou a gravar vídeo da própria participação nos atos golpistas de 8 de janeiro.

 “A nova fase da Lesa Pátria faz parte de uma frente da investigação que busca identificar supostos integrantes das Forças Especiais do Exército, os chamados “kid pretos”, que teriam dado início às invasões às sedes dos Três Poderes”, comunicou então a Polícia Federal.

Já em 8 de fevereiro de 2024, foi deflagrada a “Operação Tempus Veritatis” da Polícia Federal, para apurar os crimes de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito por membros do governo de Jair Bolsonaro, apontou que integrantes das Forças Especiais do Exército, os chamados “kids pretos”, estiveram envolvidos em um “planejamento minucioso” para impedir a posse de Lula na presidência da República.

De acordo com a PF, “houve planejamento minucioso de kids pretos do exército para a consumação do golpe de estado”. O plano envolveu uma reunião em novembro de 2022 com oficiais especializados em ações contra terrorismo, insurgência e guerrilha. Os “kids pretos” seriam os responsáveis por realizar as prisões de autoridades após a edição de um decreto de intervenção militar. Entre os alvos estaria o ministro do STF, Alexandre de Moraes, que chegou a ser monitorado pelos investigados.

Os detalhes do plano foram relatados em mensagens encontradas no celular do tenente-coronel Mauro Cid, que fechou colaboração premiada com a Polícia Federal.

OUTRO LADO

A reportagem enviou para a Polícia Federal um pedido oficial de resposta sobre as investigações específicas sobre o ataque às torres, mas não recebeu resposta.

Rock na madrugada – Echo & The Bunnymen, “I Want to be There”

POR GERSON NOGUEIRA

O Echo & the Bunnymen nasceu em 1978, em Liverpool. A origem remete naturalmente aos Beatles, mas Ian McCulloch e seus amigos seguiram uma trajetória bem diferente, trilhando as asas do pós-punk e sem o estouro que marcou a banda de Lennon & McCartney. Junto com Ian, a formação original tinha o excepcional guitarrista Will Sergeant e o baixista Les Pattinson. Dois anos depois, o baterista Pete de Freitas uniu-se a eles.

A escolha do nome estranho vem de uma caixa de ritmos chamada Echo e de um apelido que tinham no começo, Bunnymen. O terceiro álbum, Porcupine, soa até hoje como uma espécie de autobiografia musical do grupo. Era 1983 e eles excursionaram pela Europa, tocando em lugares de primeira linha, como o Royal Albert Hall, em Londres. 

Um ano depois, veio o álbum Ocean Rain, gravado em Paris e em Liverpool, e produzido em parte pelos próprios músicos do Echo. Com a sonoridade amadurecida e canções mais acessíveis, sem a complexidade das primeiras letras de McCulloch.

O Echo acabou oficialmente em 88. Em 89, Pete de Freitas morreu num acidente de moto. Ian McCulloch seguiu carreira solo e lançou dois discos – Candleland (89) e Mysterio (92). Depois de vários altos e baixos, Will e Ian resolveram formar o Electrafixion, dessa vez com guitarras mais pesadas e vocal mais agressivo.

Em 97, a banda anunciou o retorno, com shows e boa presença nas paradas, com hits como “I Want to be There”, do álbum Evergreen. A banda segue na ativa, embora o último trabalho de estúdio tenha sido Meteorites, disco de 2014.

Mais sangue e vigor na marcação

POR GERSON NOGUEIRA

Com pelo menos oito volantes no elenco, o PSC apresentou ontem um novo reforço para o setor: Wesley Fraga, de 27 anos, ex-jogador da Ponte Preta, chega para brigar por uma das vagas na meia-cancha bicolor. As atuações pouco convincentes de jogadores como Gabriel Bispo e Val Soares abrem espaço para quem está chegando com gana e promessa de comprometimento.

Na entrevista, Wesley demonstrou empolgação e vontade de emplacar. Disse que veste a camisa de verdade, “a ponto de dar o sangue pelo clube, se for preciso”. Torcedor adora esses rompantes, mesmo que muitas vezes as palavras não se concretizem.

Apresentação de atletas virou um evento protocolar, com poucas variações de script, mas de vez em quando surgem novidades, com declarações surpreendentes, como a de Wesley.

O fato é que o PSC precisa reforçar a marcação, responsável em muitos momentos por situações que comprometem boas atuações, como aconteceu na estreia do time na Série B, sábado, contra o Santos. O Papão foi bem no 1º tempo, mas tomou dois gols na etapa final em função de falhas de Gabriel Bispo e dos demais envolvidos na marcação.

Para alcançar a meta estabelecida inicialmente para a competição: acumular 45 pontos para se tranquilizar e, a partir daí, buscar o sonhado acesso à Série A. Pelas características da Série B, jogadores que atuam à frente da zaga são fundamentais e muitas vezes decisivos para a conquista de bons resultados.  

Vigor físico e intensidade são requisitos básicos para quem pratica futebol, mas são itens obrigatórios para volantes. Na Série B, nenhum time se consolida sem contar com bons marcadores, capazes de dar combate e também distribuir passes na saída para o ataque.

Wesley chega para suprir as necessidades e para dar mais consistência ao setor. Um nome forte para cuidar da marcação, provavelmente ao lado de Leandro Vilela ou João Vieira. A estreia pode ocorrer já neste sábado (27), contra o Botafogo de Ribeirão Preto, no Mangueirão.

Águia x S. Paulo pode ter renda de R$ 2,5 milhões

O Águia abriu ontem a venda de ingressos para o confronto com o São Paulo no sistema on-line e no modo presencial, e o sucesso foi instantâneo. Duas horas depois já tinham sido comercializados mais de 5 mil ingressos – mais do que a capacidade de público do estádio Zinho Oliveira, onde o time manda normalmente suas partidas.

As vendas aquecidas mostram o acerto da decisão da diretoria, que decidiu apostar no amor que a torcida paraense tem pelos grandes espetáculos de futebol. Havia inicialmente o receio de que os preços podiam afastar o público: arquibancadas (lados A e B), R$ 70,00; cadeira (lado B), R$ 140,00; cadeira visitante (lado A), R$ 140,00. Ledo engano, como se vê.

Válida pela 3ª fase da Copa do Brasil, a partida contra o atual campeão da Copa do Brasil será na quinta-feira, 2 de maio, às 19h30, no estádio Jornalista Edgar Proença. Caso sejam vendidos 35 mil ingressos, a arrecadação pode alcançar R$ 2,5 milhões.

O jogo Remo x Corinthians, pela Copa do Brasil 2023, registrou um público pagante de 38.034 pessoas, com renda de R$ 2.958.440,00.

Um paraense brilha como artilheiro na Tailândia

A cinco rodadas do término do Campeonato Tailandês, o Chonburi ocupa o 14º lugar, com 26 pontos, e tem grandes chances de permanência na primeira divisão. No total, 16 equipes disputam a competição e os últimos três são rebaixados. Um paraense de Altamira é o grande nome do Chonburi: Willian Lira, 30 anos, é o artilheiro do time com 14 gols, dois gols atrás do líder na tábua de goleadores.

Com a temporada chegando na reta decisiva, Willian Lira manifesta a intenção de seguir como referência do Chonburi para permanecer na elite tailandesa. “Se continuar fazendo gols, estarei consequentemente ajudando o time a conquistar os resultados que precisamos para a permanência. O objetivo principal é manter o time na primeira divisão, mas tenho também o desejo de buscar a artilharia da competição”, diz o centroavante.

Outro ponto que merece destaque é que Willian atuou em todas as partidas do Chonburi. “É sempre importante ter essa sequência. Não me lesionei e espero seguir assim nessas cinco partidas restantes. Quero fechar a temporada com chave de ouro, entrando em campo nas 30 rodadas, disputando a artilharia e sendo importante para a permanência do Chonburi”, avalia o paraense, que partiu muito cedo de Altamira para brilhar lá fora.

Um entre vários que optaram por não perder tempo nos times de Belém, onde as oportunidades de aproveitamento e sucesso são escassas.

STF mantém suspense sobre situação de Ednaldo

A permanência ou não de Ednaldo Rodrigues na presidência da CBF será decidida pelo Supremo Tribunal Federal nas próximas semanas. Uma extensa lista de processos fez o plenário da Corte adiar, ontem, sem data definida, o julgamento. Os ministros do STF iriam decidir se mantinham ou derrubavam a liminar que reconduziu o dirigente ao comando da entidade, concedida por Gilmar Mendes, que não compareceu à sessão.

Outro ponto que seria decidido pelo STF é se é válida ou não a determinação do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), que afastou Ednaldo do cargo em dezembro de 2023. Caso a liminar fosse derrubada, seriam convocadas novas eleições. Por enquanto, Ednaldo pode cumprir o mandato até o fim de 2026.

Caso o baiano seja impedido de continuar, a CBF terá que realizar novas eleições ainda neste ano. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta quinta-feira, 25)

Ministros do STM homenageiam bolsonaristas que atacam o Judiciário

Críticos ao STF como Silas Malafaia e Bia Kicis ganharam honrarias de juízes militares

Por Caio de Freitas Paes – Agência Pública

O Supremo Tribunal Militar (STM) condecorou com suas mais altas honrarias uma série de autoridades por terem “prestado reconhecidos serviços ou demonstrado excepcional apreço” à Justiça Militar, no último dia 10 de abril. Entre os homenageados estão figuras bolsonaristas que regularmente atacam o Supremo Tribunal Federal (STF) – esfera máxima do Poder Judiciário, ao qual a Justiça Militar está subordinada, a exemplo do pastor Silas Malafaia e do comentarista Guilherme Fiúza.

A lista de homenageados é definida em novembro do ano anterior por ministros do STM e, eventualmente, em reuniões extraordinárias do conselho da Ordem do Mérito Judiciário Militar. Ou seja, as honrarias foram definidas já durante o governo Lula e incluem dez parlamentares do Congresso, sendo três deles da base do governo e sete do centrão ou da oposição.

Um dos homenageados pelo STM foi o líder máximo da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, pastor Silas Malafaia, visto no evento portando a insígnia de “distinção” da Justiça Militar abraçado ao ministro do STM e general quatro estrelas do Exército Lourival Carvalho Silva, indicado pelo governo Bolsonaro à corte militar.

  • Número 1 da turma formada na Academia Militar das Agulhas Negras em 1981, o general da reserva do Exército Lourival Carvalho posa para foto com o pastor Malafaia

Crítico contumaz do Judiciário, Malafaia já desferiu uma série de ataques públicos contra integrantes do STF, como, por exemplo, quando chamou o ministro Alexandre de Moraes de “ditador desgraçado”. O pastor esteve ao lado de Jair Bolsonaro (PL) em alguns de seus ataques mais inflamados contra o STF, como no dia 7 de setembro de 2021 na avenida Paulista, em São Paulo, quando Malafaia convocou fiéis para a marcha bolsonarista e subiu no mesmo caminhão de som do ex-presidente. Na mais recente manifestação do tipo, novamente na capital paulista, em fevereiro passado, Malafaia repetiu a dose, criticando mais uma vez a Corte.

Publicação do pastor Silas Malafaia mostra os bastidores da marcha bolsonarista do dia 7 de setembro de 2021

O comunicador bolsonarista Guilherme Fiúza foi outro dos agraciados com a insígnia de “distinção” pela Justiça Militar. Comentarista em programas de rádio e internet de veículos alinhados à extrema direita, Fiúza já chamou ministros do STF de “hipócritas”, dizendo à época da pandemia que “tem um autoritarismo na Corte” e que o “Judiciário se desmoraliza sozinho”. Logo após o fatídico 8 de Janeiro, o comunicador foi alvo de decisão judicial que bloqueou seus perfis em redes sociais por alegação de que estaria divulgando discursos antidemocráticos.

Segundo o regulamento da Ordem do Mérito Judiciário Militar, que define condições para a concessão das honrarias, “os agraciados deverão ter atributos de condutas moral, ética, pessoal e profissional idôneas, compatíveis com os valores cultuados pela JMU [Justiça Militar da União]”.

Em outras palavras, a condecoração no último dia 10 mostra que os ministros do STM enxergam tais qualidades também em outros homenageados no evento que celebrou o 216o aniversário da Justiça Militar.

Medalha de Ordem do Mérito Judiciário Militar feminina

A insígnia de “alta distinção”, por exemplo, geralmente se destina a figuras da política e do Judiciário. Uma das escolhidas para recebê-la neste ano foi a senadora e ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos do governo Bolsonaro Damares Alves (PL), que votou a favor de um projeto de lei que limita os poderes do STF.

Além disso, a ex-ministra mantinha em seu gabinete um dos suspeitos de tentar explodir uma bomba nas proximidades do aeroporto de Brasília em 2022 e uma pastora do “300 do Brasil”. A tentativa de explosão foi parte da trama golpista que culminou no fatídico 8 de janeiro de 2023, e estavam no acampamento extremista “300 do Brasil” os autores dos disparos de rojões e fogos de artifício contra a sede do Supremo em 2020.

  • Expoente do conservadorismo religioso e ex-ministra de Bolsonaro, a senadora Damares Alves (PL) recebeu a medalha de “alta distinção” da Justiça Militar

A insígnia de “alta distinção”  foi concedida também ao governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), e à deputada federal Bia Kicis (PL), dois ferrenhos bolsonaristas.

Kicis acumula críticas ao STF, ao qual já atribuiu um suposto “ativismo vil” no início de seu primeiro mandato, em 2019. Além disso, em 2021, a deputada criticou o Judiciário por supostamente pressionar deputados contra um projeto de lei para a adoção do voto impresso nas eleições federais do ano seguinte.

Aumentam, assim, as fileiras de bolsonaristas homenageados nos últimos anos. Em 2021, na época da pandemia, o STM deu honrarias para Anderson Torres, Eduardo Pazuello, Paulo Guedes, Ricardo Salles e outros do alto escalão do governo Bolsonaro.

Pública perguntou à Justiça Militar os motivos para homenagear pessoas que notadamente atacam o Poder Judiciário. Em resposta, o STM disse apenas que “os nomes citados atendem aos requisitos necessários às indicações para a Ordem do Mérito Judiciário Militar”. 

Em 2024, o STM homenageou também membros da cúpula do atual governo, como o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), além dos ministros da Educação, Camilo Santana (PT), e do Trabalho, Luiz Marinho (PT).

  • Procurador-Geral da República (PGR) Paulo Gonet recebeu a mais alta honraria do STM no evento – a medalha da Grã-Cruz

Também receberam as honrarias o deputado federal e ex-presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Rui Falcão (PT), além dos ministros indicados pelo presidente Lula (PT) ao STF Cristiano Zanin e Flávio Dino.

As condecorações da Justiça Militar foram entregues em um momento importante politicamente para o STM. A Corte trabalha pela aprovação de projetos de lei no Congresso – como um que aumenta seus poderes judiciais e outro que lhe concederia assentos no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), como já reportado pela Pública.

Há, inclusive, pessoas ligadas ao CNJ entre as homenageadas com a Ordem do Mérito do Judiciário Militar: a ex-conselheira Salise Monteiro Sanchonete, desembargadora federal do Tribunal Regional Federal da 4a Região indicada ao conselho pelo governo Bolsonaro, e o assessor jurídico Leonardo Peter da Silva, chefe de gabinete do conselheiro do CNJ Marcello Terto e professor no Instituto de Educação Superior de Brasília.

  • Presidente do STM, brigadeiro Joseli Camelo, cumprimenta ministro do STF Cristiano Zanin, outro agraciado com honrarias da Ordem do Mérito Judiciário Militar
  • Presidente do STM, brigadeiro Joseli Camelo, cumprimenta ministro do STF Cristiano Zanin.

Para o advogado Cláudio Lino, diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Análise de Legislações Militares (Ibalm), a entrega das honrarias é uma forma de a Justiça Militar se aproximar de autoridades jurídicas e políticas para avançar com seus objetivos.

“Através dessas solenidades, ministros do STM conseguem se aproximar de seus objetivos políticos, além de agradar autoridades do próprio Judiciário e da política”, disse o diretor do Ibalm à Pública, alegando ainda que “não é salutar essa aproximação da Justiça Militar com a Justiça Civil”.

Crise de gols preocupa o Leão

POR GERSON NOGUEIRA

O Remo marcou somente três gols nos últimos cinco jogos – dois contra o PSC e um diante do Volta Redonda. É evidente que a crise ofensiva está diretamente associada à ausência de vitórias. Foram três empates e duas derrotas. Nessas partidas, o técnico Gustavo Morínigo viu-se obrigado a escalar sempre ataques diferentes.

Na série de quatro jogos contra o PSC, o Remo entrou com uma linha de ataque com Marco Antônio-Ribamar-Kelvin, outra com Echaporã-Ytalo-Sillas e uma terceira com Ronald-Ytalo-Felipinho. Diante do Volta Redonda, na abertura da Série C, a formação foi mais aleatória ainda: Felipinho-Sillas-Cachoeira.

É possível que no próximo compromisso, contra o Athletic (MG), fora de casa, o treinador defina outra linha atacante. Um estreante deve marcar presença. É Matheus Lucas, 25 anos, egresso do Boavista-RJ, que desembarcou em Belém na semana passada e está apto a jogar.

A insatisfação com o desempenho dos atacantes chega também à torcida, que não poupa críticas aos atletas responsáveis pela produção de gols. Ribamar, o centroavante mais escalado até agora, é reconhecido pela luta dentro da área, mas peca nas definições.

Não é o único. Ytalo foi bem no duelo com o Amazonas, mas não manteve a performance quando entrou contra o PSC. Lesionado, está por enquanto fora de combate. Kanu, terceira opção até a chegada de Matheus Lucas, nunca foi escalado como titular por Gustavo Morínigo.

Ficou no banco até mesmo contra o Volta Redonda, quando o técnico decidiu mudar radicalmente o ataque. Lançou Sillas, que teve rendimento pífio. Apesar de mostrar serviço quando entra, Kanu padece da síndrome de “jogador da base”, condição que é sempre rejeitada por técnicos importados. Morínigo não é diferente.

Para tentar derrotar o Athletic, necessidade absoluta após o tropeço na estreia em casa, o Remo terá que se reinventar do meio para a frente. É improvável que o ataque do último jogo seja mantido. Sillas e Cachoeira não mostraram qualidades para permanecer como titulares.

Matheus, a quarta opção, deve ser o escolhido para comandar a ofensiva. Tem credenciais. Marcou sete gols no recente Campeonato Carioca. É um atacante rápido, bom nas bolas aéreas e eficiente nas finalizações. Tudo o que o Leão precisa neste momento de estiagem de gols.

Textor vai à CPI e aumenta a ira da cartolagem

Enquanto a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, ataca o empresário John Textor, dono da SAF do Botafogo, acusando-o de ser um “câncer para o futebol” por denunciar esquemas de corrupção na arbitragem, mais aumenta a expectativa pelos resultados da CPI do Senado que apura possíveis irregularidades nas principais divisões nacionais.  

É curioso como os dirigentes dos grandes clubes não demonstram qualquer interesse na apuração das denúncias. Preferem culpar o denunciante. E não estão sozinhos. Figuras respeitáveis da mídia esportiva unem-se a essa campanha corporativa para descredibilizar o “gringo incômodo”.

Todos sabem que a arbitragem brasileira é uma das piores do mundo, não só no aspecto técnico. Embora não haja vigilância rigorosa sobre o trabalho dos árbitros, de vez em quando estoura um escândalo de grandes proporções, como o célebre caso Edilson Pereira de Carvalho.

Nessas ocasiões, as reações são sempre de espanto teatral. Pipocam declarações condenando os atos ilícitos, mas em seguida todos voltam à rotina de sempre, como se nada mais ameaçasse a pureza dos resultados.

No período em que se descobriu as bandalheiras de Edilson Pereira de Carvalho, o futebol não sofria os efeitos perniciosos da máfia das apostas. Uma apuração empreendida pelo Ministério Público de Goiás revelou, no ano passado, o envolvimento de dezenas de jogadores com o esquema de apostas eletrônicas. Surpreendentemente, nenhum árbitro foi citado.

Os resultados esquisitos e a mania de favorecer clubes grandes comprometem há tempos a imagem da arbitragem no Brasil. Quase todos os times têm suas queixas e alguns juízes são campeões nisso.

Rafael Claus, um dos principais árbitros do país, é também um recordista em polêmicas. A última delas foi o pênalti inexistente marcado contra o Santos, que assegurou ao Palmeiras a conquista do Campeonato Paulista.

No ano passado, Claus apitou Botafogo x Flamengo no returno da Série A e validou dois gols irregulares para os rubro-negros. Apesar dos protestos, ele segue atuando normalmente. E, em meio à perlenga com Textor, a CBF escalou Claus para o clássico Flamengo x Botafogo, no próximo domingo.

A CPI ouviu John Textor e os parlamentares ficaram impressionados com as denúncias apresentadas pelo norte-americano. É possível que muita gente seja indiciada após os depoimentos. Até lá, cartolas e jornalistas esportivos continuarão a atacar o autor das denúncias.

Em tempo: o presidente da CPI, Jorge Kajuru, por solicitação da Associação Nacional dos Árbitros, deve pedir a paralisação imediata do Campeonato Brasileiro. “É o maior escândalo da história do futebol brasileiro”, resumiu o senador.

Legend da OAB-PA disputa torneio Norte-Nordeste

A Seleção Legend de futebol da OAB-PA segue na sexta-feira, 26, para Aracaju (SE), onde disputará o torneio Norte-Nordeste, promovido pela Associação Liga dos Advogados e Advogadas do Brasil (Alifa). A competição começa no sábado, 27, e a final será disputada no dia 01 de maio. Os preparativos do time, sob o comando do professor Ronaldo Arruda Feio, indicam que há chances reais de conquistar o título e trazer a taça para o Pará.

O elenco é formado por Evandro Costa (Evandro Love), Mario Freitas (Mariogol), Rogério Freitas (Paredão), Junior Villar (Presidente), Wanderley Ladislau (Pinguim), Aires, Robson do Carmo (Cara de Peixe no Aquário), Walter Rodrigues e Eduardo Lobato. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta quarta-feira, 24)

A segunda parte da longa jornada do Partidão em busca da democracia

Volume aborda a trajetória do PCB (Partido Comunista Brasileiro) do IV Congresso, realizado em 1967 até 1992

Por Daniel Costa (*)

Após o lançamento do primeiro volume escrito pelo jornalista Carlos Marchi em 2022, a Fundação Astrojildo Pereira (FAP) traz, para o público especializado ou não, o segundo volume do livro Longa jornada até a democracia – Os 100 anos do partidão (1922-2022), escrito pelo jornalista e escritor Eumano Silva, também coautor do vencedor do Prêmio Jabuti, “Operação Araguaia”. O volume aborda a trajetória do PCB (Partido Comunista Brasileiro) do IV Congresso, realizado em 1967 até 1992, momento em que os líderes da sigla estiveram sintonizados com os ventos de mudança ocorrido no leste europeu e foram inspirados pelo processo que culminaria na transformação do PCI (Partido Comunista Italiano) em PDS (Partido Democrático da Esquerda).

É nesse conturbado cenário que o grupo majoritário do partido opta pela mudança da sua linha política, deixando de lado os símbolos da foice e do martelo, o léxico revolucionário, passando a adotar a sigla PPS (Partido Popular Socialista).

Fruto de uma longa e densa pesquisa, Eumano Silva mostra, ao longo de 844 páginas, os tortuosos caminhos do Partidão no processo de enfrentamento à ditadura civil-militar implantada em 1964. O livro ainda aborda o processo de luta pela anistia e redemocratização, a relação do PCB com o novo sindicalismo surgido no ABC paulista no final da década de 1970, o surgimento do Partido dos Trabalhadores, agremiação que, apesar das afinidades ideológicas, seria um dos causadores (não o único) do eclipse do Partidão e, claro, as próprias crises e embates internos entre as diferentes concepções partidárias e estratégias e táticas políticas.

Nós, historiadores, geralmente, encaramos livros como o escrito por Eumano Silva com certo ceticismo acerca de possíveis qualidades, seja pela construção da narrativa do fato histórico, pelo enquadramento dos personagens seja por outras questões que são caras ao métier historiográfico. Porém, dado o rigor analítico, a diversidade dos personagens entrevistados, o denso embasamento bibliográfico e a farta pesquisa documental, arrisco dizer que, desde seu lançamento, ao lado do primeiro volume, a obra se torna referência para aqueles que desejam compreender não somente os tortuosos caminhos daquela que fora a grande referência para a esquerda brasileira até o surgimento do Partido dos Trabalhadores, mas também os caminhos e descaminhos da nossa democracia.

Como ressalta o jornalista Luiz Carlos azedo, responsável pela orelha do livro, “o PCB sobreviveu por sua política. Eumano Silva, por meio de documentos, depoimentos e pesquisas bibliográficas, reconstitui a trajetória desses heróis quase anônimos da luta contra a ditadura, muitos dos quais foram sequestrados, presos e barbaramente torturados. Poucos membros do Comitê Central permaneceram no país, mesmo caçados vivos ou mortos”.

Em um partido com oitenta anos de trajetória, considerando o período entre 1922 e 1992, as disputas internas seriam algo constante, em momentos extremos, causando inclusive rupturas – cabe destacar que, para pesquisadores dedicados à trajetória da agremiação comunista, a riqueza dos debates internos seria o motor para a formulação de políticas que daria relevância ao Partidão ao longo de sua existência. Tratar principalmente de rupturas em organismos coletivos nem sempre é uma tarefa fácil, geralmente opta-se em contar apenas a versão do lado vencedor, e aqui temos mais um mérito para destacar na obra, assim como ressaltar a postura do autor e da própria Fundação Astrojildo Pereira.

A pluralidade fica latente ao verificar a diversidade de personagens entrevistados para a construção da narrativa. Assim, o leitor terá a oportunidade de travar contato com a visão de figuras ligadas ao atual Cidadania, como o sindicalista paulista Davi Zaia; o historiador e jornalista Ivan Alves filho; o já citado Luiz Carlos Azedo e o ex-presidente do Cidadania Roberto Freire, um dos principais nomes do partido após o processo de mudança de nome e concepção, que ficaria a frente da sigla até 2023, quando foi substituído pelo professor Comte Bittencourt.

São ouvidos ainda personagens como José Genoíno, ex-integrante do PCdoB, que chegou a participar da guerrilha do Araguaia e hoje segue militando no PT, e Frei Chico, destacado militante do PCB paulista nos anos 1970 e irmão do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A diversidade de entrevistados abarca ainda personagens como o sindicalista carioca Ivan Pinheiro, uma das lideranças ao lado de Horácio Macedo, do grupo que se opunha ao processo ocorrido em 1992, que passaria a ocupar o cargo de secretário-geral do PCB “reconstruído” e em 2023 seria um dos articuladores de uma nova ruptura à esquerda dentro da pequena agremiação.

Por fim, em relação à diversidade de personagens ouvidos por Eumano, ainda podemos destacar nomes como a historiadora Marly Vianna, próxima do grupo prestista; o cientista político Marco Aurélio Nogueira, próximo do grupo de Armênio Guedes; José Salles; Florestan Fernandes Júnior; Mauro Malin, Marcelo Cerqueira e o ex-governador do Rio de Janeiro Wellington Moreira Franco.

Desse modo, percorrendo os 181 capítulos do volume, Eumano apresenta ao leitor fatos de fundamental importância não só para compreender a trajetória do PCB, mas também como funcionava os meandros da repressão ao longo da ditadura civil- militar. Repressão que compreendia desde a tortura realizada nos tenebrosos porões até infiltração de agentes e delatores, como o notório caso do “agente” Carlos e a suposta delação de Severino Theodoro de Mello, tido como figura fundamental na perseguição ao Comitê Central do Partido, resultando na morte de dez integrantes da instância partidária.

Ao longo do segundo volume dessa longa jornada, o autor mostra ainda situações como a descoberta e desmantelamento da gráfica do PCB, responsável pela impressão do jornal “Voz operária”, a operação que resultou na transferência para a Itália do acervo de Astrojildo Pereira, um dos fundadores do partido em 1922. Figuram ainda casos como o tão falado “ouro de Moscou” e a disputa dentro do Comitê Central que culminaria na ruptura de Luiz Carlos Preses no começo da década de 1980.

Apesar do forte ataque sofrido pelos órgãos de repressão ao longo da década de 1970, a linha de atuação política tirada no Congresso realizado em 1967 começa a apresentar resultados. Mesmo sem deter a hegemonia política nas esquerdas e na oposição consentida – algo claramente inviável ‐, as palavras de ordem e bandeiras de luta propostas pelo partido começam a ganhar ressonância na sociedade civil, que passa a incorporar como pauta temas como a anistia, eleições livres e diretas em todos os níveis, liberdade de expressão e organização, constituinte, etc.

Outro fato narrado que mostra a seriedade do autor na condução da narrativa é visto na abordagem da crise ocorrida no Comitê Central em meados da década de 1970 acerca da questão que envolveu o dirigente partidário e possível sucessor de Prestes na condução do CC, José Sales. Não cabe apresentar aqui de forma detalhada o caso, porém, o que fica para o leitor é a capacidade demonstrada por Eumano em ouvir os diferentes personagens envolvidos e as diferentes perspectivas interpretativas. No segundo caso, as biografias do dirigente comunista Luiz Carlos Prestes escrita pelo historiador Daniel Aarão Reis Filho, lançada pela Companhia das Letras e o volume escrito pela também historiadora e filha do cavaleiro da esperança, Anita Prestes, e colocada nas livrarias pela Boitempo são cotejadas pelo jornalista que busca aparar a divergência entre os autores para tecer uma narrativa sóbria do episódio.

Como bem destacou o historiador José Antônio Segatto, responsável pelo prefácio do livro, “o autor – em vez de utilizar, principalmente, a bibliografia existente – valeu-se, em grande medida, da documentação, tanto do PCB (resoluções manifestos, declarações etc.) como as produzidas por órgãos governamentais (muitas delas inéditas, que levantou em arquivos), sobretudo os encarregados da investigação policial e da repressão; muitos desses aparelhos, diga-se, operantes no porão da ditadura do regime ditatorial ou mesmo clandestinos. Além disso, Eumano serviu-se de uma variedade de depoimentos de dirigentes e militantes, alguns com protagonismo proeminente e outros coadjuvantes ou meramente laterais”.

O jornalista Marcelo Godoy, autor da contracapa da publicação, destaca que o trabalho feito por Eumano, “vai além de iluminar fatos e de servir de olhos do leitor nos lugares onde não podemos estar”. Ainda segundo Godoi, “Eumano redescobre um passado, que nos envolve com seu manto e se dissimula em meio à enganosa normalidade cotidiana do esquecimento de conflitos e caminhos da longa jornada até o presente. Compreender esse conjunto, sem anacronismos, foi o passo seguinte. Lucien Febvre dizia que onde não há problema não há história. Sem ele, há apenas narrações e compilações. Um problema é o começo e o fim da história. Eumano ajuda-nos a compreender o crepúsculo do PCB e resgata a presença do passado e nosso presente sem a qual nenhuma pretensão do sonho democrático seria possível”.

Ao conversar com o autor no lançamento realizado em São Paulo, ele destacou a riqueza e a quantidade de depoimentos de entrevistas realizadas ao longo da pesquisa e que, dada a quantidade e a qualidade de informações, cada entrevista merecia até um novo livro. Fica a dica para a Fundação Astrojildo Pereira para que no futuro pense em tal possibilidade, para continuar contando a História e as histórias daquele que fora um dos principais partidos políticos do Brasil, inclusive no pequeno período em atuou de forma legal, como no período de clandestinidade, mostrando a perspectiva daqueles atores que fizeram essa história.

Por fim, destacamos, novamente, o prefácio escrito por José Antônio Segatto, que, além de saudar o esforço de Eumano, exalta a iniciativa de tratar e mostra a história do partidão em sua fase terminal, “expondo-a na forma de uma extensa reportagem, fornecendo a um público ampliado, com pouco ou nenhum conhecimento do assunto em questão, uma contribuição inédita e significativa para o entendimento de uma das mais importantes instituições da sociedade civil e política (PCB) e de um período histórico-político extremamente sombrio da República brasileira”.

Com a publicação do segundo volume do livro “Longa jornada até a democracia – Os 100 anos do partidão (1922-2022)”, a Fundação Astrojildo Pereira contribui para a memória daquela que foi uma das principais forças de esquerda no país e mostra aos leitores que uma sociedade justa e igualitária só pode ser constituída sob os signos da democracia.

  • Daniel Costa é historiador pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e desenvolve na mesma instituição pesquisa de mestrado acerca da corrupção na América portuguesa no período pombalino, especialmente nas capitanias de Pernambuco e Minas ao longo do século XVIII.

Alepa aprova 3 propostas do Executivo e PL que cria campanha de combate a crimes cibernéticos

Em matéria de urgência e em regime único, os deputados da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), comandados pelo deputado Chicão (MDB), aprovaram, na manhã desta terça-feira (16), três Projetos de Lei de autoria do Poder Executivo. A primeira proposta – nº 3/2024 – altera a Lei Estadual nº 6.282, de 19 janeiro de 2000, que cria a Polícia Científica do Pará.  

O objetivo do PL é contemplar as perícias efetuadas no interesse dos processos administrativos de maneira geral. A lei estadual n° 9.382, de 16 de dezembro de 2021, alterou a lei estadual n° 6.282 de 2000, e retirou, da Política Científica do Pará, a competência para a realização de perícias cíveis. A alteração legislativa causou divergências interpretativas em situações em que a demanda pericial decorre da própria administração pública.

De acordo com o líder do governo na Alepa, deputado Iran Lima (MDB), o projeto de lei inclui, definitivamente, a polícia científica do Pará no sistema de segurança estadual. “A aprovação deste projeto de lei fortalece as atividades de uma entidade importante para o Estado, bem como engrandece e reconhece ainda mais a necessidade da polícia científica no sistema de segurança do Pará”, disse.

A segunda proposta – nº 75/2024 – dispõe sobre a instituição da campanha permanente informativa e de conscientização sobre o risco de doenças e agravos relacionados à intoxicação por agrotóxicos – considerados como todo produto químico sintético usado para matar insetos, larvas, fungos e carrapatos, sob a justificativa de controlar as doenças provocadas por esses vetores e de regular o crescimento da vegetação, no ambiente rural, urbano e doméstico e utilizado em ações de saúde pública.

Segundo a mensagem do governo do Pará, enviada à Alepa, a iniciativa é decorrente do requerimento de indicação n° 139/2023, de autoria da deputada Lívia Duarte (PSOL). A deputada sugeriu ao Poder Executivo a realização de uma campanha de conscientização acerca dos riscos à saúde ocasionados pela ingestão de produtos que contêm agrotóxicos, principalmente diante de dados que comprovam o constante crescimento de notificações de intoxicação ocasionadas por esses produtos no Pará, nos últimos 10 anos – a maior exposição é à população do nordeste paraense. 

“O estado do Pará está entrando na tendência do agronegócio, na produção de grãos.  É justamente diante desse contexto que o governo do Estado cria a política estadual de atenção e de cuidados em relação ao uso de agrotóxicos, fazendo com que não haja intoxicações através dos produtos”, avalia o deputado Iran Lima.

A deputada Lívia Duarte comentou a relevância da aprovação da proposta. “Essa é uma pauta urgente. A ingestão de produtos que contêm agrotóxicos é algo que causa problemas de saúde à população”. A proposta foi aprovada pela maioria dos deputados presentes, exceto Aveilton Souza (PSD); Rogério Barra (PL) e Wescley Tomaz (Avante).   

Por fim, foi aprovado o Projeto de Lei nº 114/2024, que altera a Lei Estadual nº 9.853, de 9 de fevereiro de 2023, que dispõe, sobre a gratificação de que trata o inciso II do caput do art. 132 da Lei Estadual nº 5.810, de 24 de janeiro de 1994. “A proposta busca dar maior dinamismo à administração pública, possibilitando que parte da remuneração dos servidores que ocupam cargo comissionado no Poder Executivo seja paga na forma de ajuda de custo”, diz a mensagem do governador, Helder Barbalho, encaminhada à Casa de Leis.    

Propostas da Casa

De autoria da deputada Diana Belo (MDB), foi aprovado o Projeto de Lei nº 34/2022, que dispõe sobre a Campanha de Combate aos Crimes Cibernéticos Financeiros e “Golpes”. A proposta destina-se ao desenvolvimento de ações educativas e informativas, objetivando proteger potenciais vítimas e conscientizá-las, além de encorajar a sociedade a participar do enfrentamento aos crimes financeiros.

As ações serão realizadas anualmente no mês de setembro, tendo como intuito combater: mensagens e propagandas enganosas que induzam as vítimas a fazerem transferências ou depósitos de valores em contas bancárias dos criminosos ou golpistas, ou ligado a estes; golpes por aplicativos de mensagens que sequestram tais contas e operam em nome da vítima, pedindo valores a terceiros; ações de sequestros-relâmpago para forçar as vítimas a transferir dinheiro para as contas bancárias dos criminosos, ou ligado a estes, e demais ações criminosas e golpes que venham a surgir provocando prejuízos financeiros às vítimas.

“Com a chegada das transações de valores via Pix e outras normas bancárias, a população brasileira viu sua vida e rotina comercial mudar positivamente com todas as facilidades oferecidas no momento de efetuar compras, pagamentos e transferências de valores”, disse a deputada Diana Belo, na justificativa do Projeto de Lei, e acrescentou:

“Não demorou muito para que criminosos e golpistas usassem essa facilidade ao seu favor. Desde então, o número de crimes cibernéticos financeiros disparou por todo o país, não sendo diferente no nosso Estado. ‘Golpes’ de internet, clonagem de números de cartões e mensagens com links duvidosos são apenas alguns artifícios encontrados por criminosos para extorquir, furtar e roubar dinheiro de suas vítimas”, finaliza. 

Tropeço na conta do técnico

POR GERSON NOGUEIRA

Remo foi derrotado logo na estreia na Série C. Não perdeu para o adversário, Volta Redonda, mas para os erros de seu técnico, Gustavo Morínigo. Logo que a escalação foi anunciada, ficou evidente que os riscos eram imensos. O jogo confirmaria isso. O Leão foi derrotado por 2 a 1, após um 1º tempo pavoroso. Reagiu no 2º tempo, mas sofreu um castigo tremendo nos minutos finais e ainda teve dois pênaltis não marcados.

Depois de errar quase todas as tentativas de saída, o Remo tomou o primeiro gol logo aos 19 minutos. A defesa, mal posicionada, não conseguiu marcar a troca de passes entre Berguinho e MV, culminando com a finalização perfeita deste último, mandando a bola no ângulo esquerdo do gol defendido por Marcelo Rangel. Um golaço.

Depois dos 30 minutos, o Remo atacou muito, mas sempre pelo lado errado e com a objetividade prejudicada pela ausência de força na área. Morínigo, que havia inventado três estreias – Sheldon na zaga, João Afonso no meio e Cachoeira no ataque –, decidiu ir além, lançando Sillas como centroavante. Sim, não é delírio, é teimosia mesmo.

O centroavante improvisado estragou uma boa oportunidade na pequena área, deixando de finalizar ou tocar para os lados. Simplesmente, errou na hora de definir. Nenhuma surpresa, pois Sillas foi um dos mais improdutivos na sequência de clássicos, desperdiçando chances claras.

Havia um engessamento entre os setores, com jogadores espaçados demais. Tudo o que Gustavo Morínigo havia conseguido em termos de consolidação de um sistema foi por água abaixo diante do Volta Redonda.

Coube a Jaderson a melhor jogada remista, batendo de curva sobre o gol de Jean Dorny, com muito perigo. Nos instantes finais, o Voltaço voltou a sair para o ataque, criando dois bons ataques com Ítalo Carvalho.

Veio o 2º tempo e o treinador azulino tratou de corrigir as próprias lambanças. Trocou João Afonso por Matheus Anjos, Cachoeira por Ribamar e Felipinho por Ronald. Com os jogadores certos, o time se soltou e dominou amplamente as ações, acuando o Volta Redonda.

As chances começaram a surgir em sequência, com Ribamar (2), Matheus (2), até que aos 31 minutos veio o empate, com Jaderson escorando um rebote da defesa. O Remo exercia pressão total, o visitante se livrava da bola e parecia questão de tempo para sair o segundo gol. 

Matheus botou uma bola na trave e Jaderson encaixou um disparo na gaveta, mas o goleiro Jean foi nela e desviou para escanteio. Aos 40’, Thalys foi atingido na perna quando saía da área, mas o árbitro não deu o penal.

Aí veio o castigo cruel. Sob chuva forte, aos 43’, num raro ataque do Voltaço, a zaga cedeu escanteio. Na cobrança, Pavani desviou contra o patrimônio. Um gol que fez a torcida esmorecer no Baenão.

Ainda houve tempo para um outro pênalti ignorado pelo árbitro. Michel fez carga sobre Ribamar dentro da área, diante do apitador, que nada marcou. A diretoria do Remo encaminhou protesto à CBF, denunciando a arbitragem ruim, mas o estrago já foi feito.

Sobre responsabilidade e comprometimento

A derrota para o Voltaço reavivou o trauma azulino de 2023, quando o time de Marcelo Cabo perdeu os quatro jogos iniciais da Série C. Por essa razão, o que ocorreu no estádio Evandro Almeida no sábado à tarde é mais grave do que parece, por abrir caminho para um novo mau começo.

Gustavo Morínigo atribuiu a derrota a erros no aspecto coletivo e mau rendimento dos atletas estreantes. Ora, até o leãozinho de pedra do Baenão sabia que mexer nos três setores era uma temeridade.

Morínigo e sua comissão técnica entenderam que os novatos eram superiores aos antigos titulares. Não são. João Afonso não é superior a Paulinho Curuá, Sheldon não é melhor que Jonilson ou Bruno Bispo.

Cachoeira pode vir a ser uma opção interessante pelos lados, mas está muito abaixo de Ronald. O pior foi a centralização de Sillas no ataque, sendo que Kanu seria uma alternativa natural para a função.

É preciso que a comissão técnica e o elenco sejam cobrados com mais rigor. O projeto do acesso à Série B é fundamental para o clube, inclusive financeiramente. Ninguém alcança resultados sem comprometimento.

Cabe lembrar que, das quatro metas do Remo na temporada, três (Copa Verde, Parazão e Copa do Brasil) já foram perdidas.

Papão surpreende positivamente, apesar da derrota

O 1º tempo na Vila Belmiro foi inteiramente favorável ao PSC, que não deixou o Santos jogar. Favorito por jogar em casa (mesmo sem torcida), o Peixe teve imensas dificuldades para sair do campo de defesa nos 15 minutos iniciais. A pressão alta exercida pelo meio-campo e ataque do Papão provocava erros seguidos dos defensores santistas e abria espaço para arremates de fora da área.

Jean Dias, Robinho e Edinho tiveram boas oportunidades para abrir o placar, revezando-se em ações pelos lados e investidas pelo centro do ataque, sempre com toques de primeira e praticamente sem erros de passe.

Do começo ao fim da etapa inicial, o PSC foi dominante e marcou o Santos com extrema eficiência. Nem mesmo a substituição forçada de Robinho por Val Soares, aos 23 minutos, quebrou o ritmo imposto pelos bicolores.  

Veio a segunda etapa e o cenário se modificou. O Peixe fez duas mudanças importantes nas laterais: JP Chermont e Rodrigo substituíram Aderlan e Hayner, aumentando o poder de fogo pelos lados. Essas mexidas iriam se complementar depois com a entrada de Pedrinho no lugar de Otero.

E foi Pedrinho que abriu caminho para a vitória santista. Com a colaboração de Gabriel Bispo, ele fintou dois marcadores e mandou rasteiro no canto direito de Matheus Nogueira, fazendo Santos 1 a 0, aos 23 minutos. Bispo havia substituído Leandro Vilela.

Aos 27’, quase saiu o segundo. Julio Furch finalizou diante de Matheus Nogueira, que fez excelente defesa. Aos 34’, Michel Macedo recebeu livre e em condições de definir, mas dominou mal e perdeu a chance do empate.

O Santos liquidaria a fatura aos 44’, em nova boa jogada de Pedrinho. Após fintar Bispo com facilidade, ele bateu cruzado. Matheus Nogueira deu rebote e Guilherme chutou para as redes. Apesar da queda na segunda etapa, o PSC deixou boa impressão na partida de retorno à Série B.  

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 22)

Rock na madrugada – Screaming Trees, “Shadow of the Season”

POR GERSON NOGUEIRA

Os dois fundadores do Screaming Trees já não estão entre nós. Mark Lanegan, cantor e letrista, morreu em fevereiro de 2022, aos 57 anos. Gary Lee (Van) Conner, guitarrista, morreu em janeiro de 2023, aos 55 anos. Verdadeiras lendas do grunge, ídolos entre os astros surgidos em Seattle, embora o grupo seja originário de Washington (EUA). Curiosamente, o respeito à banda se consolidou depois que ambos partiram. É possível que a imagem de banda musicalmente sofisticada e “difícil” tenha atrapalhado a trajetória comercial do Screaming Trees, mas não impediu que ganhasse reconhecimento quase unânime.

Voz crua, sempre certeira nas notas baixas, era a principal característica de Lanegan, como se pode comprovar em músicas como “Shadow of the Season” (Sombra da temporada). Pioneiro no gênero que a mídia batizou de grunge, o Screaming não obteve o mesmo sucesso popular de Nirvana, Pearl Jam, Soundgarden e Alice in Chains, mas conquistou o respeito de todos pelas letras profundas e pela fidelidade a um som mais rústico e diferenciado.

Destaque do álbum Sweet Oblivion (Doce esquecimento), a canção tem uma levada de guitarra típica de Van Conner, que utiliza o instrumento no limite do sentimento. Não é tecnicamente um dos maiores guitarristas do rock, mas o seu som transpira alma e energia. “Shadow of the Season” abre triunfalmente o disco que reúne algumas das melhores poesias de Lanegan emolduradas por uma produção inspirada, com arranjos incomuns para o rock dos anos 90.

Sweet Oblivion é o 6º disco de estúdio, lançado em 1992, que retrata a essência da banda, influenciada pelo punk e uma certa nostalgia psicodélica. Graças a ele, o Screaming conquistou a crítica e agradou o público, vendendo mais de 300 mil cópias.

Papão joga bem, mas acaba superado pelo Santos na Vila Belmiro

O Paysandu foi derrotado pelo Santos por 2 a 0, na tarde deste sábado (20), na Vila Belmiro, apesar de fazer uma boa apresentação nos primeiros 45 minutos. Em sua primeira participação na segunda divisão, o Peixe foi confuso e teve dificuldades para conter o PSC inicialmente. Melhorou na etapa final e construiu a vitória com gols de Pedrinho e Guilherme.

Diante de um Santos confuso nos primeiros 20 minutos, o PSC se organizou bem e conseguiu levar perigo em várias ocasiões. O controle da partida foi do Papão, que só não conseguiu acertar o pé quando as chances apareceram, principalmente com Robinho e Jean Dias.

Com muitos erros de passe, o Alvinegro não conseguiu repetir boas atuações do Campeonato Paulista e viu os bicolores atuarem com desenvoltura, saindo com facilidade do meio para o ataque. Como o Santos não ameaçava e o PSC errava as finalizações, o placar ficou em branco no primeiro tempo.

O 2º tempo foi tecnicamente melhor e o Santos acabou evoluindo ao fechar os espaços nos lados. Na frente, o Peixe foi mais agressivo e presente no ataque. Chegou aos gols com Pedrinho, que venceu a marcação tripla da zaga paraense, para fazer o primeiro gol, e depois deu o chute que resultou no gol de Guilherme.

Lambanças na escalação atrapalham o Remo, que estreia com derrota na Série C

POR GERSON NOGUEIRA

O Remo estreou com derrota na Série C, exatamente como no ano passado. Com as modificações feitas pelo técnico Gustavo Morínigo em todos os setores da equipe, o Leão encontrou muita dificuldade para chegar ao ataque e acabou sofrendo o gol logo aos 19 minutos, após contra-ataque fulminante do Volta Redonda. Berguinho tocou para MV, que chutou por cobertura e abriu o placar. Um golaço.

Apesar de insistir em cruzar bolas na área, o Remo não conseguia levar perigo ao gol do Voltaço. Sillas, escalado como centroavante, praticamente não participou do jogo. A melhor finalização foi através de Jaderson, que bateu sobre o gol, aos 34 minutos. Sem a intensidade necessária, o Remo não se impôs no 1º tempo e permitiu que o Voltaço terminasse em vantagem.

Para a etapa final, o técnico Gustavo Morínigo fez três mudanças que ajudaram a corrigir os erros da escalação inicial. Entraram em campo Ribamar, Ronald e Matheus Anjos. Mais organizado e agressivo, o Remo passou a pressionar, levando constante perigo ao gol do Volta Redonda.

Ribamar teve duas chances e Matheus Anjos botou uma bola na trave. Aos 31 minutos, depois de um rebote da zaga, Jaderson chutou e empatou a partida, para delírio do torcedor no Baenão. A partir daí, com apoio da torcida, o Leão ampliou o cerco e quase virou o marcador, com Matheus Anjos e Ribamar. Ainda houve um lance de falta sobre Thalys dentro da área que a arbitragem interpretou como normal.

Aos 43′, um escanteio para o Volta Redonda acabou com as esperanças azulinas. Ao tentar cortar o cruzamento, Pavani tocou de cabeça contra o próprio gol, desempatando a partida. Um duro castigo para o Remo, que ainda foi em busca de novo empate. Aos 50′, Michel cometeu falta sobre Ribamar dentro da área, mas o árbitro não assinalou o pênalti.

Uma derrota na conta do técnico Gustavo Morínigo, pela escalação equivocada e pelos muitos erros de posicionamento da equipe ao longo do primeiro tempo. A reação no 2º tempo não foi suficiente para garantir um bom resultado.