POR PAULO NOGUEIRA, no DCM
Vamos voltar alguns meses.
Eduardo Cunha apareceu na célebre Lista de Janot.
Depoimentos de gente como o doleiro Youssef – um homem absolutamente acreditado pela mídia quando cita o PT e ignorado quando fala em amigos do barões da imprensa – colocaram Cunha numa situação insustentável.
Cunha, numa palavra, achacou.
Uma empresa que regularmente fornecia propina para ele e seu partido, a Mitsui, fechou a torneira.
Youssef disse que, diante disso, Cunha em retaliação mandou uma Comissão no Congresso fazer uma devassa completa na Mitsui.
Repito: a isso se dá o nome pouco edificante, mas certeiro, de achaque.
Não ficou apenas no plano das palavras. Documentos que vazaram mostram que, de fato, aliados de Cunha fizeram “pressão pública” – a expressão é do insuspeito Globo – sobre a Mitsui.
Isto foi em março.
Era presumível que Cunha enfrentasse algum tipo de problema por conta das revelações.
Imagine que ele fosse do PT.
Quantos repórteres estariam envolvidos na investigação do caso? Que espaço a mídia dedicaria ao assunto? Como o Jornal Nacional e a Veja se comportariam?
E a Polícia Federal: quantos vazamentos ela deixaria escapar? E a Justiça, o que faria?
Mas acontece que Cunha é inimigo do PT, o que lhe dá imunidade para cometer qualquer delinquência.
É neste quadro que, num momento em que Cunha deveria estar comprando livros para uma provável temporada na cadeia, ele faz o que quer no Congresso.
Fez uma gambiarra indecente na questão do financiamento privado de campanhas, há pouco tempo, e agora repetiu a trapaça no caso da maioridade penal.
Eduardo Cunha deveria estar brutalmente acossado. Em vez disso, ele acossa – a decência, as regras, tudo.
Até Joaquim Barbosa se escandalizou.
“Matéria constante de proposta de emenda rejeitada (…) NÃO pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa”, escreveu JB no Twitter.
(Um internauta, daqueles que tratavam JB como herói, comentou o seguinte neste tuíte: “Cala a boca … SEU DEFENSOR DE BANDIDO”. Barbosa está vendo agora o tipo animalesco de admiradores que construiu com seu comportamento no Mensalão.)
Emergiram denúncias vergonhosas. Um deputado federal que trocou de voto em 24 horas afirmou que ameaçaram mandar “bandidos de 16 e 17 anos” para sua casa.
Algum repórter vai levar essa denúncia adiante? Ora, quem acredita nisso acredita em tudo.
Quem melhor resumiu a esdrúxula situação de Eduardo Cunha foi Luciana Genro.
Também no Twitter, ao comentar o golpe aplicado na questão da maioridade, ela colocou o seguinte: “Cunha criminaliza a juventude para que esqueçam os crimes dele (…). Quer jogar os jovens na cadeia enquanto ele tenta escapar.”
Seria uma definição perfeita não fosse um detalhe.
Para pessoas com o perfil de Cunha, defensores da plutocracia em quaisquer circunstâncias, cadeia simplesmente não existe.
Blog do Gerson Nogueira 
Ouvi falar que ele tá meio chateado com o 7 x 1 da Alemanha e já estaria articulando um novo jogo
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Kkkkkkk…
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Cunha parece o papinha, adora ganhar no tapetão.
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Muitas coisas no Brasil, importantes demais, estão sendo decididas pelo calor de uma rivalidade politica.
Isso é terrível.
Exemplo, se o grupo X for a favor que o salários aumente, o grupo Y é contra.
Se o grupo Y for contra o aborto, o grupo X é a favor.
Seria obvio isso se não fossem estas questões decididas apenas por conveniências politicas.
Esta questão da maioridade é clara sobre isso.
Um assunto tão serio mereceria uma reflexão ampla, uma discussão maior e não ser decididas por políticos apenas, e sim pelo povo em geral, num referendo popular, como foi a questão do desarmamento.
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O problema amigo Edson é que a polarização X versus Y está sobretudo aí: se X quer participação popular por convicção, Y igualmente convicto não a quer.
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Prezado Gerson Nogueira, você é contra ou a favor da redução da maioridade penal para 16 anos?
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Totalmente contra, Marcelino. Pelo simples fato de que não resolve o problema da violência, apenas o agrava. Já existe lei para punir menores infratores, só que não é aplicada.
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Gostaria se possivel saber se o dono deste espaço democrático, é contra ou a favor da redução da maioridade penal para 16 anos?
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Cunha é inteligente ao quadrado. A maioria ainda não conseguiu fazer a tradução correta de suas intenções .
Olhem aquele cara com mais precisão e poderão ver a palavra -GOLPE- brilhar em seus olhos.
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A outra desgraça. amigo Malcher, é as tais das CPI’s.
O povo tá morrendo, o PSM tá pegando fogo, mas ainda tem quem barre uma CPI, tudo pra salvaguardar o seus chefe.
* Se bem que estas CPI’s as vezes sempre acabam em pizza e eles ainda ganham por fora.
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Amigo Gerson, tem muito adolescente que assume crime no lugar de adulto.
Me explique porque…
Pra mim, em caso de homicídio, pelo menos, qualquer pessoa acima dos 16 anos tem que morder grade.
Com 16 anos o sujeito sabe muito bem o que está fazendo.
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Amigo Edson, não duvido de suas afirmativas. São dados que todos conhecemos bem. Só não concordo com a avaliação simplista da bancada da bala, que atribui todos os problemas de violência aos menores brasileiros, principalmente aos negros e pobres. Que ninguém se iluda: por trás dos jovens infratores, existem sempre adultos manipulando. Este é o ponto principal. Nessa linha punitiva, logo logo terão que criminalizar também a garotada de 6, 7 anos. E acreditar que Cunha de fato quer resolver algum problema é a pior das ilusões.
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Compreendo e respeito sua opinião prezado Gerson, mas eu sou totalmente favorável a redução da maioridade penal, enfim este é um tema bastante complexo e que pode trazer consequências irreversíveis a população brasileira.
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Ok, amigo. Respeito toda e qualquer opinião ponderada, mesmo que seja diferente da minha.
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O maior problema da direita atual é o fascismo, antes, era a ineficiência. Logo a direita, que prega a eficiência no serviço público, o máximo pelo menor custo, a direita incluiu este critério na constituição como um princípio fundamental ao serviço público, mas o utiliza para sabotar o estado e depois pregar que o servidor não tem compromisso e é preguiçoso. Como servidor, sei muito bem como a política tem sugerido, e não é de hoje, que o servidor é quem não honra o povo, quando a propaganda não mostra que as decisões tomadas pelos dirigentes do estado, qual seja, não persegue a qualidade de vida da população, mas a propaganda. Sei bem que a propaganda do governo do estado é fantasiosa, como sei também que a do governo federal é exagerada, mas há o que comemorar pela população nos doze anos de PT, muito mais que nos oito de PSDB. Há muito que se discutir pelas políticas públicas do PSDB, e muito que avançar e melhorar naquelas definidas pelo PT. O momento é perigoso porque mostra quem é a alternativa ao PT hoje em dia: fascistas que exploram um discurso de bom-mocismo com alvos bem determinados, as “pessoas de bem”. Tais eleitos, racistas, homofóbicos, machistas, gente de elite tradicional e que realmente se ressente de ver a distância entre ricos e pobres diminuir, é seriam beneficiados se esta “terceira via” vingar. Pode estar ruim com o PT, mas, acreditem, estaria pior com os outros no poder.
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